Invisibilidade de pessoas pretas com deficiência: Família atípica crítica indiferença de representantes da diversidade

Uma família atípica afirma ser ameaçada por vizinhos em um conjunto habitacional de Sorocaba (SP) e chama a atenção para a invisibilização de pessoas com deficiência pretas e pobres, além de criticar a indiferença de representantes da diversidade. Gabriela, Moisés e o menino Beny, filho do casal, três pessoas negras e com deficiência, moravam em um apartamento no andar térreo do condomínio Jerivas, no bairro Carandá, mas tiveram que fugir do local no começo desta semana e estão abrigados na casa de amigos.

O problema começou com um pedido de compreensão sobre as características da família. Gabriela Pereira dos Santos, de 36 anos, e Moisés dos Santos Silva, de 30, são autistas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). O diagnóstico do marido ainda não está confirmado e pode incluir dislexia. Benyamin Luiz, de 8 anos, tem síndrome de Down, é autista e surdo. “O conjunto tem regras sobre barulho, espaço para brincar, fumódromo e o horário certo para todas essas atividades, mas uma família específica não respeita nada, fumam até maconha na frente da nossa janela. Então, com toda educação, sempre pedimos para entenderem como isso dificulta muito nossa rotina. Fico desregulada, meu filho entra em crise”, explica Gabriela.

Gabriela afirma se sentir abandonada pela mesma rede de pessoas com deficiência que costuma apoiar. “Perceba que ninguém quer saber de pessoas com deficiência pretas e pobres”, desabafa.

 

 

Fonte: blog Vencer Limites/ Estadão

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